quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CURSO DE ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM

CARTA AOS CURSISTAS FALANDO DA IMPORTÂNCIA DOS TEMAS TRABALHADOS

Juazeiro, 25 de agosto de 2010.
Senhores Cursistas,

Quando falamos em formação, muitas vezes nos angustiamos com o que nos apresenta. Quando vi o anúncio sobre essa formação convidei algumas colegas, professoras que conheço para fazermos as inscrições, já que esta era para quem tivesse interesse em participar. Ouvi várias respostas e o não, foi a mais ouvida.
Fiquei um pouco triste pelo desencanto de algumas delas com a palavra FORMAÇÃO, mas senti que nós professores estamos sobrecarregados de trabalho e sem tempo de curtir e viver uma formação com o prazer de estar no espaço e degustando com prazer as palavras dos tutores, sem imposição de regras ou leis.
Entendo que as formações são um caminho para uma melhoria na nossa condição de educadores, mas ultimamente estamos desmotivadas em vivenciar esses espaços de aprendizado por prazer, já que vivenciamos outras a quem nos foram impostas, sem ao menos nos perguntarmos se realmente queríamos participar. Não quero dizer com isso que estas formações não sejam importantes para nossa qualificação profissional, ao contrário, são bastante significativas, mas são tantas as obrigações colocadas, fichas, diários, relatórios, provas, atividades, aplicação de diagnósticos, que o cansaço físico e mental apodera-se do nosso corpo, que em alguns momentos sentimos vontade de desistir no meio do caminho.
Mas mesmo assim com tantos nãos ouvidos e tanta falta de estímulo, encarei mais uma, apesar de estar inserida em formações do IQE – Instituo Qualidade de Ensino e as formações do EJA que acontecem também no decorrer desse ano letivo.
Iniciei o Curso de Alfabetização e Linguagem, cansada e lhes digo até um pouco desanimada, estranho até para quem me conhece, pois sou uma pessoa persistente e perseverante naquilo que quero e acredito. Enfim, aceitei mais esse desafio.
No primeiro dia, ao chegar para o curso, no Colégio Municipal Paulo VI, pasmem...rsrs, fui a primeira cursista a chegar no espaço, e de frente a mim, encontrei as tutoras, uma era Eliete, sempre sorridente, a outra Karla Cristina, que eu não conhecia, mas percebi também ser uma pessoa especial. E esse momento foi maravilhoso, pois uma das coisas que me deixam feliz, é ver atuando como tutoras nessas formações, professores que fazem parte da nossa rede de ensino e sempre defendo que devem ser oferecidas oportunidades aos nossos educadores, pois temos pessoas competentes e que enquanto formadoras são excelentes e trazem contribuições valiosas para nosso aprendizado, sejam através do que está escrito nos livros ou em suas experiências, por que as formações são espaços constituídos para troca também de ideias e experiências de vida.
Iniciamos naquele momento mais um ciclo de experiências em nossas vidas, onde iríamos conviver com vários educadores, cada qual com suas particularidades. O curso, Alfabetização e Linguagem a nós apresentado pelas tutoras, se constitui até o momento num espaço de vivências, que estão atrelados ao nosso cotidiano enquanto professores atuantes e preocupados com o desenvolvimento de nossos alunos no tocante ao desenvolvimento da leitura e a escrita, e que aliados a outros espaços formativos que estamos vivenciando só vem somar forças na luta contra o analfabetismo, pois todas as leituras feitas e as atividades executadas nos reportam a entendermos um pouco mais das angústias que vivemos em sala de aula no dia a dia relacionadas às dificuldades de aprendizagem das nossas bênçãos, chamo-os sempre assim.
Nesse primeiro dia debatemos sobre avaliação, como devemos avaliar e o que realmente queremos realizando mais essa formação e também discutirmos sobre as diferenças de alfabetização e letramento.
Os temas trabalhados no percurso de abril até esse mês de julho foram marcantes, pois sempre nos proporcionaram relevantes discussões e reflexões sobre nossa prática profissional diária. Os temas discutidos não são desconhecidos em nenhum momento na nossa caminhada de professor. Após esse primeiro encontro, as turmas foram divididas e nós ficamos na companhia da tutora Karla Cristina, realmente, uma pessoa especial, prestativa, sensível, receptiva e tranqüila, significado real do seu nome.
Existiram vários momentos marcantes, assistimos a vários vídeos, entre eles, Eu tropeço, mas não desisto, Vida Maria, Planejamento Escolar e seus pontos primordiais, Domínio da Língua Portuguesa, sendo este, comparando a Escola, a um grande navio, pois a Escola pra seguir em frente deve ter seu comandante, tripulantes e seus marinheiros, e incrível somos nós, diretores, coordenadores pedagógicos, professores, merendeiras, refreadores, enfim todos que compõem o espaço escolar, assim como o navio que precisa de pessoas em seus diversos papéis para guiá-los pelas águas do mar. Nesse dia ainda respondemos a questionamentos: a) Por que é tão difícil envolver os docentes nas práticas de planejamento, e Como podemos melhorar esses momentos? Respondemos a esses questionamentos e devolvemos a tutora.
Existiram grandes momentos de discussões, de trocas de ideias e experiências entre cursistas, bem como da tutora. Um momento legal foi quando realizamos uma reflexão sobre o uso da língua e focamos debate sobre as variações lingüísticas que existem no nosso país e que devemos mostrar aos nossos alunos que em muitas vezes não existem o falar errado, mas que a língua é falada conforme os fatores sociais, histórico e cultural da região em que a pessoa está inserida.
Aconteceu também o momento que debatemos sobre a importância da literatura infantil, que foram apresentadas por vários cursistas suas experiências e também temas com o relativismo cultural, onde enfatizamos as questões que envolvem a preservação e a diversidade cultural de cada povo na preservação de seus costumes, ideias e formas de vivencias de casa um.
Nos encontros do mês de julho também aconteceram momentos deliciosos, no dia nove, foi apresentado em slides, o livro de Ruth Rocha, intitulado, o menino que aprendeu a ler e a partir desse vídeo discutimos sobre o uso do lúdico na sala de aula, quando o prazer por aprender se torna mais significativo para o aluno e o professor, enfatizando que o uso da ludicidade também vem contribuir com o aprendizado de regras e limites dentro da sala de aula.
Nesse dia trabalhamos com a feitura de dobraduras e com elas montamos uma história. Após a atividade feita, cada grupo leu para os demais suas historias, concluindo assim esse dia.
Na formação de 29/07, quando debatemos sobre as questões que envolveram a questão da indisciplina escolar, e inclusive destacou-se que em muitos momentos não é só o aluno que é indisciplinado, mas o professor também tem seus momentos de indisciplina, esse tema desafogou muitas angústias dos formadores como também nossa, pois convivemos com a indisciplina diariamente, mas entendo e comento para vocês que podemos aliar o uso da ludicidade para minimizar essa indisciplina de nosso alunado, que na grande a maioria traz de seus lares e acreditamos ser difícil dizimar, pois entendo que nós educadores estamos convivendo com a falta de integração da família a escola e isso tem impedido o melhor andamento de nossas atividades em sala de aula. Nesse dia tecemos discussões sobre as regras impostas, o equilíbrio das ações, o agirem na hora certa, estar atenta por que a indisciplina tem aumentado a cada dia. Penso que não temos ainda a solução definitiva para essa questão, mas nesse encontro sentir que saímos com o coração mais leve e tranqüilo. Encerramos esse encontro com a realização do trabalho em dupla com a resposta a pergunta: Como prevenir comportamentos indesejáveis numa sala de aula? Respondemos e entregamos a tutora. Para concluir, devemos olhar a indisciplina aplicando os nossos conhecimentos dentro da moral e da ética necessários ao processo educacional.
No encontro que antecedeu a entrega dessa atividade, dia 12/08, focamos nosso olhar para a discussão de ideias e trocas de experiências sobre as produções textuais de nossos alunos. Tivemos dois momentos de acolhida, uma por parte da cursista Lucélia, que trouxe um texto intitulado Vestido Azul, e o vídeo Vida Maria que retrata a saga de uma geração de mulheres que por ignorância e imposição não aprendem a ler e a escrever. Após esse vídeo o grupo destacou a grande importância da leitura e da escrita na vida social e profissional das pessoas. Trabalhamos em grupos atividades destacadas do módulo de estudo, temas como: análise de produções de alunos, textos orais, verbais e não verbais, uso de cartazes, leitura avaliativa, produção de redações orais, socializações e analises de figuras.
Esses temas foram bastante discutidos por todos e enfatizado por uma cursista que devemos estar atentos a questões que envolvem a escrita e reescrita de textos em sala de aula, pois a partir das reescritas os textos de nossos alunos ficaram mais contextualizados e dentro dos padrões solicitados e cobrados dentro da disciplina língua portuguesa.
Amigos cursitas, entendo e repasso para vocês que os processos formativos realmente se constituem num espaço de trocas de experiências e de olharmos as diferentes formas de alguns temas gerados nesses espaços, porém devemos estar atentos ao que somos e ao que realmente queremos pra nossos alunos. Sabemos também que necessitamos de outros fatores aliados a nossa competência que virá somar aos nossos esforços... Mas isso é outra pagina dessa história.
Termino esta carta dizendo, que apesar de muitas vezes nos aborrecemos com tantos problemas na educação, devemos lembrar que nossos alunos em sua grande maioria contam mais com nosso carinho e apoio do que a de seus familiares, e isso são fatores importantes para nossa vivência docente.
Outro fator importante e que merece destaque é que devemos também olhar os espaços formativos como espaço de interação e de grandeza para a nossa
profissão, e não como um espaço que nos traga angústias e decepções. Quero dizer também que esse espaço é o momento onde vamos viver e reviver as mesmas coisas que já ouvimos e conversamos em espaços formativos feitos em outros momentos, mas há algo importante que quero lembrar pra todos que o conhecimento adquirido ao longo de nossa caminhada nunca é demais para o engrandecimento da nossa profissão.
Deixo agora para todos, um abraço carinhoso e desejar a todos nós um resto de curso de muita paz e tranqüilidade.

Carinhosamente,

Lucélia Ribeiro

CURSO ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM

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ATIVIDADE REALIZADA NO CURSO ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM

COMO VOCÊ VÊ A FALA DE SEUS ALUNOS? A VARIEDADE LINGUISTICA INTERFERE DE ALGUMA FORMA NA ESCRITA DAS CRIANÇAS? DE QUE FORMA? RESPONDA E PLANEJE UMA AÇÃO PEDAGÓGICA QUE POSSIBILITE AOS ALUNOS O ENTENDIMENTO DE QUE É O CONTEXTO COMUNICATIVO QUE DETERMINA O USO DE UMA OU OUTRA VARIANTE.

Entendemos que a língua nunca é falada de maneira igual pelos usuários da língua. Ela está sujeita as muitas variações. Sabemos que o modo de falar de uma língua varia de época para época, já que o português falado por nossos antepassados era muito diferente do português que falamos hoje; de região para região; de grupos sociais, etc.
Além dessas variações existentes no meio social, existem outros usos da língua, como gírias próprias da faixa etária, que diferenciam a língua escrita e a oral. Entendemos que não existe a mais correta das linguagens, mas sim a mais adequada conforme o contexto social existente e adequado para o momento de sua utilização.
Apliquei em minha sala de aula uma atividade retirada de um livro didático que enfatiza as variações lingüísticas. Foi explicado o tema, oferecendo dicas e exemplos de fala e diversos usos da língua escrita e falada no meio deles. Uma bem discutida foi à linguagem utilizada pelos meios eletrônicos como, orkut, e-mail, MSN.
Através dessa ênfase oferecida pelos alunos expliquei que devemos ter certo cuidado com a linguagem escrita nesses meios, pois se escreve muito errado na linguagem virtual, e isto se acarreta em vicio no mo momento de escrever corretamente. Outro aspecto ressaltado foi com relação ao uso de gírias.
Segundo a atividade aplicada e as respostas oferecidas através dos questionamentos, os meus alunos não fazem muito uso da gíria, os que ainda tem grafia errada denotam-se uma questão da assimilação do som da palavra a sua escrita. Isto se justifica pela forma que este foi alfabetizado.
E nesse aspecto o que conclue-se é que enquanto professores e alfabetizadores devemos estar atentos ao explorarmos temas como as variantes, pois devemos reconhecer sua importância e utilidade, além de esclarecer aos alunos os problemas existentes e que são ligados ao uso da língua, principalmente a escrita, a saber, uso de acentuação, grafia das palavras, em especial aquelas que têm grafias semelhantes e significados diferenciados.
A aula foi encerrada com a confecção de um mural em papel madeira recortado no formato do mapa do Brasil com gravuras e palavras de nosso dia a dia na região nordeste, mas que em outros estados conhece-se por outros nomes.

LUCÉLIA RIBEIRO

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Juazeiro, Bahia, Brazil